sábado, 26 de novembro de 2011

AEROPORTO DE SÃO GONSALO DO AMARANTE - RN

Com a assinatura do contrato de concessão para construir e explorar o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante marcada para a próxima segunda-feira, o clima no Governo do Estado é de otimismo. Apesar dos questionamentos recentes, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico reafirma a confiança no impacto positivo do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante na economia do Rio Grande do Norte. Para o Governo, o Estado ganha um novo contorno econômico com a construção do aeroporto. A construção e o impacto do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante será o tema do projeto Motores do Desenvolvimento, realizado pela TRIBUNA DO NORTE, Fecomércio/RN, Fiern, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Governo do Estado do RN e RG Salamanca Capital, com patrocínio da Assembleia Legislativa do RN, Engevix e Petrobras Distribuidora. O seminário será realizado no próximo dia 05 de dezembro, no auditório do Hotel-Escola Senac Barreira Roxa, na Via Costeira, às 08h. Entre as presenças confirmadas estão o ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, os representantes do Consórcio Inframérica, Antonio Droghetti Neto e Martin Eurnekian, o economista Ricardo Amorim, entre outros. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas através dos telefones 4006-6120 e 4006-6121. As vagas são limitadas.



Benito Gama: O aeroporto valerá para todo o Nordeste. Juntamente com a Transnordestina, o Porto de Suape, o Porto de Pecém, e agora o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante são os quatro pilares logísticos da região.


Para Benito Gama, não há dúvidas acerca do tamanho do Aeroporto de São Gonçalo. "O Aeroporto de São Gonçalo do Amarante está para o Nordeste como o quarto pilar da estrutura logística. Ele será um dos maiores aeroportos de carga do Brasil, junto com Guarulhos, Viracopos e Confins", diz. E complementa, citando as críticas que o projeto recebeu: "Não sei quais dados os críticos utilizam. Mas tenho certeza que o aeroporto terá o tamanho esperado".

No que diz respeito ao terminal de cargas, o secretário de Desenvolvimento Econômico diz que a principal mudança será a utilização do RN como ponto de distribuição de mercadorias "Entendo que o maior impacto será a redistribuição de cargas para o Nordeste a partir do Rio Grande do Norte", aponta.

Além do impacto do novo aeroporto, Benito Gama fala em entrevista à TRIBUNA DO NORTE sobre a importância do projeto da ZPE de Macaíba e do papel do Proimport, programa de incentivo a ser votado na Assembleia, na atração de investimentos, algo considerado fundamental para viabilizar São Gonçalo como um motor de desenvolvimento.

Qual a expectativa do Governo do Estado em termos de crescimento econômico com o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante?

O Aeroporto de São Gonçalo do Amarante está para o Nordeste como o quarto pilar da estrutura logística. Isso vale para todo o Nordeste. São a Transnordestina, o Porto de Suape, o Porto de Pecém e agora o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Depois, teremos também o Porto de Natal, mas agora o quarto pilar é o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Com isso, a movimentação econômica da região será centralizada aqui. Será a partir daqui que todo o Nordeste será abastecido. Isso é muito positivo. Haverá uma resposta imediata na geração de emprego e renda e também irá viabilizar a ZPE de Macaíba.

Quais as áreas mais afetadas, na sua avaliação?

Não existe uma área específica. Entendo que o maior impacto será a redistribuição de cargas para o Nordeste a partir do Rio Grande do Norte. Antes, ia para Guarulhos e voltava de caminhão, mas com o novo aeroporto o destino será o RN, de onde será redistribuído para os outros estados. Além disso, o Estado pode utilizar a ZPE de Macaíba para potencializar esse impacto.

Como está a consolidação da ZPE de Macaíba? Qual o perfil dos negócios a serem sediados lá?

A ZPE está constituída, com a Prefeitura de Macaíba como sócia majoritária. O Governo do Estado está negociando uma redistribuição societária. No meu entendimento, a área de inovação tecnológica deve ser privilegiada. Podemos montar uma base e enviar produtos para o México, América do Norte, África, etc.

O projeto do Aeroporto tem alguns críticos. Há quem diga que ele não atingirá o tamanho anunciado. Qual a sua opinião?

Pelo que conheço, ele terá um dimensionamento a nível Nordeste, Brasil e América Latina. Ele será um dos maiores aeroportos de carga do Brasil, junto com Guarulhos, Viracopos e Confins. Não sei quais dados os críticos utilizam. Mas tenho certeza que o aeroporto terá o tamanho esperado.

O que o Governo do Estado precisa fazer para tirar todo o potencial do aeroporto?

Trabalhar como já está trabalhando. Criando a estrutura e buscando voos fretados e operadoras de frete na Flórida, Frankfurt, Hamburgo, Rotterdam, entre outros. Isso irá acontecer quando a Assembléia aprovar o Proimport. Todas essas empresas já passam por cima do estado, as suas rotas passam por aqui e o que precisamos é criar as condições para que eles desçam e se instalem aqui.

É preciso combinar isso com um porto mais forte?

O Porto é fundamental porque um porto e um aeroporto são estruturas complementares. Tendo um bom porto e um bom aeroporto as oportunidades aumentam significativamente. Iremos entrar numa competição forte com Pernambuco e Ceará e não podemos perder.

Mas para isso a atual estrutura precisa ser ampliada.

Já está aumentando o calado para dois metros e meio. Iremos fazer a licitação para construir o terminal marítimo de passageiros e estamos pensando em outras ampliações, semelhantes às que foram feitas no Porto de Itajaí, que é um dos que mais crescem no Brasil. Deu certo em Itajaí e sem dúvidas irá dar certo por aqui também.

Qual a ligação entre o Proimport e a ZPE?

Não há uma relação direta, porque na ZPE já existem isenções de impostos. O modelo da ZPE preconiza isso. Contudo, é possível viabilizar uma relação complementar, onde alguns produtos podem ser processados no entorno do aeroporto, no entorno da ZPE, a partir dos atrativos iniciados com o Proimport. Não é fundamental, mas é complementar.

Como o senhor espera que o Estado consiga atrair esses investimentos?

O que atrai investimento é lucro e o que atrai lucro é mercado. Com o aeroporto e com o porto, teremos mercado, então teremos condições de atrair esse investimento.

Consultores dizem que somente com a instalação de empresas aéreas nos arredores do aeroporto, ele poderá ter o tamanho anunciado. Qual a sua opinião?

Não precisa ser consultor para concluir isso. Mas com o aeroporto e com a reforma do Porto nós vamos conseguir atrair isso, grandes empresas de logística e transporte. Seremos como Vitória ou Itajaí. Vamos recuperar a linha férrea também até Ceará-mirim, o que será outro ganho. O Plano Estadual de Logística irá prever tudo isso.

Há possibilidade de aumentar o alcance do modal ferroviário, levando até São Gonçalo do Amarante?

Aí depende da demanda de carga. O Plano Estadual de Logística irá detalhar essas questões, com a integração aeroviária, portuária e rodoviária. Faremos o que for mais adequado ao momento.

Em que pé está o desenvolvimento do Plano de Logística?

No governo passado, ele foi contratado, mas não foi pago. Ele agora terá uma dimensão maior, então teremos de contratar novamente. O BNDES já sinalizou com a possibilidade de apoio e nós estamos estudando como contratar esse Plano. Além disso, a Confederação Nacional dos Transportes e a Confederação Nacional das Indústrias manifestaram o interesse de atuar como parceiros. O Governo está muito atento a tudo isso.

Mas o processo será reiniciado?

Sim, porque o Rio Grande do Norte é outro hoje. Hoje temos o Aeroporto e teremos também o Porto. Há a questão das eólicas, com grandes investimentos, e é preciso ter estradas para viabilizar, escoar os equipamentos. Então, são questões que precisam estar contempladas no Plano Estadual.

Fonte: Jornal Tribuna do Norte.

domingo, 30 de outubro de 2011

Economia no Nordeste

Nordeste


Indústria da construção firma-se como segmento com o maior crescimento na Região

Graças ao seu imenso litoral, que possui 3.300 quilômetros de praias tropicais, a Região Nordeste do Brasil ocupa um importante posto no cenário turístico mundial. De acordo com o Instituto Brasileiro de Turismo, as cidades de Salvador, Fortaleza, Recife e Natal encontram-se entre os municípios brasileiros que mais recebem turistas estrangeiros. Por esta razão e pelos investimentos gerados através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), os estados que compõem a Região (Bahia, Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe) estão vivendo um período de intenso desenvolvimento, principalmente no que se refere à infraestrutura, o que proporcionou ao Nordeste uma reestruturação em seu mercado econômico.

Esta mudança repercutiu diretamente na indústria da construção que acabou despontando na Região, tornando-se a atividade que absorveu com maior força este novo cenário econômico. "O Nordeste vive uma fase de desenvolvimento fantástica. Motivado por este crescimento, tornou-se o paraíso da construção, principalmente na área de construção civil que se encontra em franca ascensão", destaca a auditora fiscal da SRTE/PE Joseline Leão.

Somente o Rio Grande do Norte apresentou um avanço de 13% na construção civil neste ano. Para Arnaldo Gaspar Júnior, presidente do Sinduscon/RN, este crescimento foi motivado pelo investimento público em obras de infraestrutura e pelo aumento de crédito imobiliário proporcionado pelo programa do governo Minha Casa, Minha Vida. "Nunca havíamos tido um investimento tão grande em obras públicas como o que ocorreu neste ano. Ao todo, foram investidos cerca de 1 bilhão de reais em construção de estradas, saneamento e abastecimento de água", detalha.

O crescimento do setor acabou provocando o interesse de investidores, incorporadoras, bancos privados, companhias seguradoras e empresas estrangeiras, que viram, na Região, um novo potencial mercadológico. "A vinda do polo petroquímico e do estaleiro Atlântico Sul fez com que outras empresas se interessassem pelo Nordeste. Isso favoreceu não somente o mercado imobiliário, mas também a economia regional", avalia Maurício José Viana, diretor da Fundacentro/PE e integrante da CPN (Comissão Permanente Nacional da NR 18).


Qualificação

De cada três novos postos de trabalho gerados na construção civil, um se localiza no Nordeste. Ao todo, nos últimos 12 meses a Região concentrou 34% das vagas criadas pelo setor no País. No entanto, a mão de obra qualificada disponível não acompanha o ritmo de crescimento da construção, o que tem obrigado empresas a contratarem trabalhadores que nunca atuaram em um canteiro de obras. "Acredito que este é o maior problema decorrente deste intenso avanço imobiliário. Como não há qualificação suficiente, estão sendo empregados profissionais que não possuem treinamento para a atividade que é de grande risco a sua segurança", constata o médico do Trabalho e higienista ocupacional Danton Figueiredo.

Para ele, o problema não é a falta de mão de obra especializada, mas sim a ausência de investimento das empresas na formação profissional de seus novos funcionários. "A questão não é ser novo na área. Isso é positivo, pois estamos promovendo uma oxigenação no setor. A nossa verdadeira preocupação é com a forma como eles são adaptados ao serviço", reforça Figueiredo.

De acordo com Maurício Viana, algumas empresas estão investindo na qualificação profissional de seus empregados. "Tanto a refinaria da Petrobras quanto o estaleiro Atlântico Sul instituíram uma escola de formação de trabalhadores, em parceria com o Senai, para capacitar operadores de máquinas pesadas, soldadores, entre outras ocupações", elucida o diretor da Fundacentro.

Para evitar que a taxa de acidentalidade acompanhasse esse boom da indústria da construção no Nordeste, o MTE intensificou suas ações no último ano, e os acidentes de trabalho na atividade não apresentaram um crescimento significativo. "Nosso trabalho de fiscalização esteve focado na construção, justamente por este ser o responsável por grandes índices de acidentes graves. Tivemos muitas interdições, notificações e embargos, o que talvez tenha ajudado a evitar que os registros de acidentes aumentassem na mesma proporção que o número de obras em execução", constata Joseline Leão.


Grande Porte

No entanto, o desenvolvimento da Região não se restringe somente ao mercado imobiliário, atingindo também, e com maior impacto, a construção de obras de grande porte. Este é o caso, por exemplo, das obras de transposição do Rio São Francisco (foto), da construção da linha férrea Transnordestinas e do Gasoduto da Integração Sudeste-Nordeste. "Apesar de estar embasada pela NR 18, esta parte da construção não é atendida em sua totalidade pela norma. Precisamos de uma NR que contemple estas diferenças. Caso contrário, poderemos ter um crescimento no número de acidentes graves", afirma Maurício Viana.

De acordo com ele, a Fundacentro está estudando o andamento das obras de revitalização do Rio São Francisco para iniciar uma proposta de normatização para o trabalho na construção pesada. "No próximo ano, serão iniciadas uma nova leva de obras de grande porte na Região e precisamos garantir condições de segurança a todos estes profissionais", ressalta Danton Figueiredo. Entre as principais obras a serem executadas no Nordeste encontra-se a construção dos estádios que irão receber os jogos da Copa do Mundo de 2014.

Além disso, a Região receberá nove novos estaleiros, o que colocará o setor naval nordestino definitivamente no mapa portuário mundial. Segundo o auditor fiscal da SRTE/RJ Luis Carlos Lumbreras, a instalação destes projetos no Nordeste deve-se à instalação do estaleiro Atlântico Sul e da recente exploração do pré-sal. "O Nordeste está despontando como um novo polo da construção naval e a segurança destes trabalhadores será garantida pela recente NR 34 (Condições e Meio Ambiente na Indústria da Construção e Reparação Naval). "Quando a norma entrar em vigor, iremos focar o trabalho de divulgação e capacitação na Região Nordeste", afirma Lumbreras.

Além dos acidentes típicos, o alto índice de doenças ocupacionais também tem sido foco de preocupação em todas as regiões. A Unidade de Insumos Básicos da Braskem, em Camaçari/BA ganhou o melhor case da Região Nordeste e em Qualidade de Vida no Trabalho com um projeto que tem como maior objetivo reduzir taxas de sedentarismo e obesidade, maiores responsáveis pelo aparecimento de infartos, derrames e cânceres. Transformando Vidas é a reportagem que a partir da página 50 conta sobre o programa desenvolvido naquela unidade.

FONTE: http://www.protecao.com.br/site/content/materias/materia_detalhe.php?id=JyjbAc

domingo, 31 de julho de 2011

"O RN não está fora do mapa de grandes projetos"

Renata Moura - editora de Economia

A Petrobras aprovou e esmiuçou nos últimos dias o plano de negócios que pretende executar no período de 2011 a 2015 no Brasil e no exterior, prevendo mais investimentos na área de exploração e produção, com foco principalmente no pré-sal, que concentra grandes reservas de petróleo. O plano também aponta a postergação do início da operação de outros projetos, como as refinarias premium previstas para o Maranhão e o Ceará, no Nordeste. Para o Rio Grande do Norte, nada foi citado, mas isso não quer dizer, porém, que o RN - maior produtor de petróleo em terra do Brasil - tenha ficado de fora do mapa da companhia. Pelo menos é isso o que garante o gerente geral, Joelson Falcão Mendes. Nesta entrevista à Tribuna do Norte, ele diz que projetos como a exploração em águas profundas, que deve começar ainda neste segundo semestre, estão mantidos. A expectativa é que a investida - se bem-sucedida - ajude a reforçar a produção de petróleo e gás, em declínio nos últimos. Por outro lado, o executivo também reforça que, para mudar de patamar, como outras áreas do país, o Estado vai precisar de novas áreas para trabalhar, dado o declínio natural das que estão em mãos. Confira os principais trechos da entrevista:

alex régisGerente geral da Petrobras, Joelson Falcão Mendes garante que o Rio Grande do Norte não ficará fora do mapa de ações da companhiaGerente geral da Petrobras, Joelson Falcão Mendes garante que o Rio Grande do Norte não ficará fora do mapa de ações da companhia
O plano de negócios prevê redução nos investimentos da companhia para 2011. Isso de alguma maneira afeta projetos no Rio Grande do Norte?

A princípio não. Os investimentos da Petrobras são constituídos através de carteiras de projetos de suas diversas unidades. Os nossos projetos são de médio e longo prazo. Então não faz sentido empresarial que eles sejam paralisados. Na realidade nós estamos ao longo deste ano conseguindo manter tudo aquilo que vinhamos planejando no ano passado, os níveis de produção, inclusive, estão um pouco acima do que a tínhamos oficialmente nos comprometido com a alta administração e os projetos também. Os projetos estão em curso. Uma coisa que é importante pontuar é que na nossa atividade, na produção de campos maduros, nós temos um declínio natural da produção, e a gente conseguiu estabilizar esta produção, através da contínua implantação de projetos. Então não me parece que na nossa atividade aqui a gente vá ter qualquer tipo de paralisação. As sondas estão contratadas, fazendo perfuração de poços, os nossos contratos de construção e montagem de engenharia estão em curso. Então não me parece que teremos qualquer dificuldade de curso prazo. Pelo contrário, a gente espera conseguir realizar todos os projetos previstos para este ano.

O presidente da companhia, (José Sérgio Gabrielli) falou sobre a postergação de alguns projetos. Ele não citou especificamente o Rio Grande do Norte, mas algum projeto do estado vai ter também de esperar mais?

No que se refere a nossa atividade aqui, não me parece que teremos qualquer tipo de dificuldade para o período de 2011 até 2015. Acredito que conseguiremos manter. Na realidade todo ano a Petrobras renova o seu plano pelo dinamismo da atividade. Nós estamos constantemente fazendo atividades de exploração. Então sucessos ou insucessos na área geram ajustes no plano de exploração e produção. Exatamente pelo sucesso que a área de produção e exploração teve nos últimos anos os investimentos na área foram revisados para cima.

Para o Rio Grande do Norte muda alguma coisa com esse "ajuste para cima"? Vai ter mais dinheiro disponível?

Nós temos um quantitativo de blocos tanto em exploração quanto em produção hoje nas nossas mãos. Para esses blocos nós já temos um planejamento de trabalho. Nos blocos que estão em produção, nós já temos projetos que chamamos de desenvolvimento da produção, tentando aumentar, revitalizar a produção desses campos. Isso não deve mudar em nada porque é uma questão técnica. O que a gente vislumbra em termos de possibilidade técnica e econômica de produção desses blocos. Nos blocos exploratórios, nós estamos evidentemente fazendo trabalhos exploratórios, que são trabalhos de risco, e que podem levar a descobertas que levem também a precisar ser desenvolvidas. É possível que nós tenhamos mais necessidade de recursos do que está previsto hoje, se nós tivermos sucessos exploratórios. Nós estamos fazendo poços terrestres, poços marítimos em águas rasas e já começamos uma grande campanha, que vai chegar na bacia potiguar este ano, uma exploração na chamada margem equatorial, em águas profundas. A partir do dinamismo da nossa atividade, é possível que a gente tenha necessidade de mais recursos. Hoje os projetos que temos na mãos estão com recursos assegurados. Temos um orçamento para este ano, assegurado, em investimentos, de R$ 1,8 bilhão, da unidade de operação do Rio Grande do Norte. É da mesma ordem de grandeza do orçamento que realizamos no ano passado. Para o futuro, isso vai depender de vários fatores. O que a gente tem conseguido, a cada ano que passa, é ter mais recursos disponíveis para exploração e produção pelo sucesso que a atividade tem tido no país.

Sobre essa campanha em águas profundas, a expectativa era que fosse inciada no segundo semestre...

Está mantido.

Mas o que está faltando para começar?

Temos um cronograma de sondas e de logística. Vamos receber uma sonda para fazer um poço no ceará e outro na Bacia potiguar. Evidentemente ficamos ansiosos pelos resultados, por tudo o que vem acontecendo no país. Ficamos bastante ansiosos com o que venha a acontecer. Mas está dentro do cronograma. Vai acontecer agora no segundo semestre, uma sonda está fazendo um poço, quando terminar vem para cá.

Mas é só equipamento que está faltando?

Só. Já temos licença, isso já está equacionado.

É um investimento que a Petrobras faz com expectativa de conseguir que resultados? Incrementar, por exemplo, em quanto a produção?

Não temos a mínima condição de fazer esse tipo de avaliação. Investimento exploratório é investimento de risco. Tem áreas com mais ou menos possibilidades. Águas profundas na margem equatorial são situações que nós chamamos de novas fronteiras. A quantidade de informações práticas que nós temos ainda são muito pequenas. Elas vão sendo adquiridas a medida que os poços vão sendo perfurados. Então não temos como fazer qualquer prognóstico. A Petrobras levou anos fazendo exploração em águas profundas até por exemplo ter o sucesso que está tendo no pré-sal agora.

O senhor havia comentado que a Petrobras tem conseguido se não reverter pelo menos segurar a queda que vem sendo registrada na produção do Rio Grande do Norte nos últimos anos. Mas em junho deste ano, por exemplo, houve queda, em relação ao mesmo período do ano passado. É apenas o declínio natural, como já foi justificado, ou há algo mais atrapalhando?

Você foi muito pontual. E na ralidade na nossa atividade não tem como ser muito pontual assim. Mas o primeiro semestre deste ano foi melhor que o primeiro semestre do ano passado. A gente está esperando este ano uma produção média anual igual a produção média anual do ano passado. O que é uma vitória dos nossos projetos. Fechamos o semestre com uma produção acima do previsto e no mesmo patamar do ano passado (com 62 mil barris de petróleo por dia no Rio Grande do Norte).

Qual é o entrave para que a produção em vez apenas de se manter cresça?

Nós precisamos de mais áreas para trabalhar. A Agência Nacional de Petróleo, Gás, Natural e Biocombustíveis já anunciou que deve ter este ano uma nova rodada de licitações onde ela vai oferecer mais blocos. Nós estaremos participando. Nós estamos fazendo os trabalhos dentro daquilo que imaginamos que tem de ser feito. Investimentos em áreas maduras, tentando projetos de revitalização. Se nós não estivéssemos fazendo determinados investimentos a produção estaria caindo na faixa de 10% ao ano. Por exemplo, o nosso projeto de injeção contínua de vapor. A gente levou vários anos planejando o projeto, iniciou a injeção de vapor em janeiro do ano passado e este ano este projeto está produzindo 5 mil barris de petróleo. Estaríamos produzindo 5 mil barris a menos se não tivesse esse projeto. Então são as dificuldades naturais mesmo do processo e de uma bacia já bastante explotada, onde já se produziu bastante. Agora, para que a produção aumente de fato e de forma consistente, a gente vai precisar ter sucesso exploratório. Se nós ficarmos convivendo só com as áreas que já temos em mãos, o máximo que a gente vai conseguir é estabilizar a produção, ter pequenos crescimentos pontuais. Para que nós mudemos de patamar, como o país tem feito, é preciso haver descoberta de novos campos.

Se não houver sucesso exploratório o Rio Grande do Norte não deixará de ser um negócio interessante para a Petrobras?

Não porque quando nós pensamos num projeto nós pensamos num projeto no médio prazo. A gente faz os cálculos do retorno que esse investimento vai ter em 15, 20 anos. E a gente entende que a gente vai ter sucesso exploratório. É só uma questão de tempo. No médio prazo não vislumbramos qualquer dificuldade de interesse da companhia quanto à permanência aqui. Isso é muito fácil de a gente perceber de forma concreta. Por exemplo, este ano nós aprovamos na diretoria da companhia e estamos indo fazer licitação de um oleoduto saindo de Mossoró até Guamaré. Um investimento de 200 milhões de dólares. Já compramos as tubulações e estamos indo à rua contratar o serviço de instalação disso. Nós estamos fazendo isso com uma perspectiva de 20 anos. Também acabamos de aprovar a perfuração de poços no campo de serra. Um investimento de 170 milhões de dólares. A perfuração será iniciada agora no mês de agosto. É projeto modesto, entre aspas, porque ele vai estar, no pico de produção dele, contribuindo com 3 mil barris para nossa produção. Então a nossa atividade vive desses pequenos projetos entre aspas. E a gente pensa num horizonte de 20 anos.

No detalhamento do Plano de Negócios, Gabrielli falou sobre o foco que será dado ao pré-sal, sobre a necessidade de investimentos em refino, falou sobre grandes projetos que vão ser realizados em outros estados. O Rio Grande do Norte ficou de fora do mapa dos grandes projetos da Petrobras?

Não, por conta da exploração da margem equatorial. Os projetos que a gente faz aqui, normais, entre aspas, como os que citei, também não foram citados pelo Gabrielli. São os projetos que fazem parte do dia-a-dia. Ele citou o macro. Grandes refinarias. O grande boom do pré-sal. O dia a dia dos estados ele não citou. Eu posso dizer que os investimentos que temos previstos no plano de negócios são extremamente significativos. Não há outra empresa, não há outro segmento investindo aqui no Rio Grande do Norte o que nós estamos investindo.

Há então algum novo projeto que possa ser citado para o estado nesse horizonte até 2015?

Não. Hoje o que a gente tem são os projetos de injeção de água, de injeção de vapor, revitalização da produção do campo de serra e investimentos em infraestrutura (implantação de oleodutos, por exemplo). A nossa grande expectativa é ter uma coisa mais significativa nas nossas atividades exploratórias tanto em águas rasas quanto em águas profundas.

Fonte: http://tribunadonorte.com.br/noticia/o-rn-nao-esta-fora-do-mapa-de-grandes-projetos/190621

domingo, 17 de julho de 2011

Balança do agronegócio cresce 20,5% no semestre

A balança comercial do agronegócio brasileiro registrou superávit de US$ 34,7 bilhões de janeiro a junho de 2011. O valor representa um crescimento de 20,5% no saldo de negócios externos do setor em relação ao mesmo período de 2010, quando o total foi de US$ 28,8 bilhões. As exportações totalizaram US$ 43,1 bilhões, o que representa elevação de 23,4% em relação ao mesmo período de 2010. As importações apresentaram variação positiva de 36,8%, no mesmo período, totalizando US$ 8,3 bilhões.
DivulgaçãoAs exportações de soja registraram crescimento expressivo em quantidade e também em valorAs exportações de soja registraram crescimento expressivo em quantidade e também em valor

O incremento das exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo), carnes, complexo sucroalcooleiro (etanol e açúcar), produtos florestais e café - que juntos responderam por 82,4% do total das exportações - foi o principal responsável pelo resultado positivo da balança. O valor embarcado dos cinco produtos foi de US$ 35,5 bilhões.

"Tivemos um expressivo aumento das exportações de soja em grão tanto em quantidade quanto em valor. O destaque negativo foi a queda do volume exportado de óleo de soja, produto com maior renda agregada", analisa o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio (DPI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcelo Junqueira Ferraz.

Na análise por destinos, as exportações apresentaram aumento para praticamente todos os continentes. A Ásia, embora tenha perdido participação em comparação a 2010, continua no primeiro lugar com 30,1% do mercado. Entre os 20 principais destinos dos produtos brasileiros, alguns países atingiram um acréscimo superior ao incremento das exportações no semestre: Argélia (+131,9%), Espanha (+73,5), Japão (+47,4%), Alemanha (+42%) e Rússia (+41%). Este último, apesar da recente suspensão de compra de carne do Brasil, ultrapassou as aquisições dos Estados Unidos e ficou em terceiro lugar no ranking de importadores dos produtos brasileiros.

Nas importações, o principal crescimento ocorreu no valor adquirido da palma de óleo, que passou de US$ 142 milhões no primeiro semestre do ano passado para US$ 289 milhões (+103,8%) nos seis meses iniciais de 2011. O setor de produtos florestais, considerado o mais importante da pauta importadora, teve elevação de 37,8% nas aquisições. O segmento lácteo também registrou forte alta, passando de US$ 149 milhões para US$ 277 milhões (+85,6%), além de ter sofrido redução nas vendas externas de US$ 76 milhões para US$ 57 milhões.

"O grande aumento das importações de leite em pó ocorreu devido à menor oferta interna do produto, em face da entressafra e do inverno rigoroso que estamos atravessando", justifica Ferraz.

Resultados de junho

Apenas em junho, a balança comercial alcançou um superávit de US$ 5,8 bilhões. As exportações somaram US$ 8,9 bilhões (29,1% de alta em relação ao mesmo mês de 2010) e as importações obtiveram US$ 1,3 bilhão (elevação de 32,5% na comparação com junho do ano passado).

A variação positiva das exportações ocorreu, principalmente, em função do incremento no valor das exportações do complexo soja, que aumentaram 46,3%, totalizando US$ 3,1 bilhões. Somente o valor exportado em grãos aumentou 50% em relação ao valor registrado em junho de 2010 (de US$ 1,4 bilhão para US$ 2,2 bilhões). Também houve crescimento das exportações nos seguintes setores: café (+ US$ 308 milhões), complexo sucroalcooleiro e carnes (+ US$ 225 milhões), sucos de frutas (+ US$ 107 milhões) e cereais, farinhas e preparações (+ US$ 85 milhões).

Os países que apresentaram as maiores taxas de crescimento na aquisição de produtos do Brasil foram Espanha (148,4%), Rússia (110,3%), Japão (64,3%) e Alemanha (58,3%). A China - principal importador da atividade - incrementou as suas compras em 33,7%, ampliando a participação.

Fonte: http://tribunadonorte.com.br/noticia/balanca-do-agronegocio-cresce-20-5-no-semestre/189188

quarta-feira, 15 de junho de 2011

ISTO É Entrevista Roberto Shinyashiki

Para pensar... A revista ISTO É publicou esta entrevista de Camilo Vannuchi.

Em 'Heróis de Verdade', o escritor combate a supervalorização das aparências e diz que falta ao Brasil competência.

O entrevistado é Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional.


ISTO É - Quem são os heróis de verdade?

Roberto Shinyashiki - Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe.
O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes.
E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados.
Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu à pena, porque não
conseguiu ter o carro, nem a casa maravilhosa.
Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa, possa se orgulhar da mãe.
O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes.
Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros.
São pessoas que sabem pedir desculpas e admitiram que erraram.

ISTO É - O Sr. citaria exemplos?

Shinyashiki - Quando eu nasci, minha mãe era empregada
doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia.
Morávamos em um bairro miserável em São Vicente
(SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis.
Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem.
É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes.
O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana.
Em países como o Japão, a Suécia e a Noruega, há mais suicídio do que homicídio.
Por que tanta gente se mata? Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher, que embora não ame mais o marido, mantém o
casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego, que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

ISTO É - Qual o resultado disso?

Shinyashiki - Paranóia e depressão cada vez mais precoce.
O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a
depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro, é ela poder ser criança.
Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a
infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas.
Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo..

ISTO É - Por quê?

Shinyashiki - O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento.
É contratado o sujeito com mais marketing pessoal.
As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência.
Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas
perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia
demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas como
falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até
porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações
públicas. Contratei-a na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

ISTO É - Há um script estabelecido?

Shinyashiki - Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um
presidente de multinacional no programa 'O Aprendiz'?
Qual é seu defeito?
Todos respondem que o defeito é não pensar na vida
pessoal:
- Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso
aprender a relaxar. É exatamente o que o Chefe quer escutar.
Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido?
É contratado quem é bom em conversar, em fingir.
Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.
O vice-presidente de uma as maiores empresas do planeta me disse:
'Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir'.
Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor!

ISTO É - Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?

Shinyashiki - Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim
e não se preocupam com o conhecimento.
Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência.
Cuidado com os burros motivados.
Há muita gente motivada fazendo besteira.
Não adianta você assumir uma função, para a qual não está preparado.
Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão.
Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso,

estava preparado.
Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

ISTO É - Está sobrando auto-estima?

Shinyashiki - Falta às pessoas a verdadeira auto-estima.
Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa.
Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava
uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas
não conseguem nem ser, nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer.
As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece
que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem.
Há muitas mulheres solitárias no Brasil, que preferem dizer que é melhor assim.
Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.

ISTO É - Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e
de valorizar a aparência?

Shinyashiki - Isso vem do vazio que sentimos.
A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula.
Quem vai salvar o time? O técnico. Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta.
O problema é que eles não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia:
'Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de
Buckingham'. Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de
tristeza, já fez coisas que não deram certo. A gente tem de parar de procurar super-heróis, porque se o super-herói não segura a onda,
todo mundo o considera um fracassado.

ISTO É - O conceito muda quando a expectativa não se comprova?

Shinyashiki - Exatamente.. A gente não é super-herói nem superfracassado.
A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso.
A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

ISTO É - Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas
coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?

Shinyashiki - Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente.
Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles
(risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos.
Com uma criança especial, eu aprendi que, ou eu a amo do jeito que ela é, ou vou
massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse.
Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros.
Dia desses apostei na edição de um livro, que não deu certo. Um amigão me perguntou:
'Quem decidiu publicar esse livro?' Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir..

ISTO É - Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?

Shinyashiki - O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar
evitá-las. São três fraquezas:
A primeira é precisar de aplauso, a
segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança.
Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram.
O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias
potencialidades.

ISTO É - Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?

Shinyashiki - A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade..
A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se eles não tivessem significados individuais.
A segunda loucura é: Você tem de estar feliz todos os dias.
A terceira é: Você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: Você tem de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz, enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo à praia ou ao cinema..
Quando era recém-formado em São Paulo , trabalhei em um hospital de pacientes terminais.
Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei à vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz'. Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de
coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito
tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.

sábado, 28 de maio de 2011

MALCO TINHA UM SONHO

Muita gente talvez não o conheça ou, apesar de já ter visto o seu nome na Bíblia, não tenha entendido que, embora fosse um personagem secundário, um mero figurante, Malco tem uma história belíssima, e hoje é o protagonista da série “Homens da Bíblia”, publicada pelo Arca Universal.
O nome de Malco é citado no capítulo 18, versículo 10, do evangelho de João como servo do sumo sacerdote. Ele havia sido golpeado na orelha direita por Simão Pedro. Muitas pessoas, erroneamente, acham que Pedro cortou a orelha de um soldado, mas, na verdade, cortou a de Malco.
E quem era Malco?
Era um homem que tinha um sonho: ser um sacerdote. Segundo historiadores, Malco passou a vida estudando, obedecendo as regras, as leis e estava a um passo de tornar-se um sacerdote quando, a mando do seu superior, foi ao encontro de Jesus para prendê-lo.
De acordo com a lei vigente na época, quem queria ser um sacerdote não poderia ser gago, surdo ou ter qualquer defeito no corpo. Poderia até ter um problema na orelha esquerda, mas a direita tinha que estar em perfeito estado.
“Então, Simão Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita; e o nome do servo era Malco.” (João 18.10)
Tirando lições
Quantas vezes nos dedicamos, batalhamos por algo e quando chega a nossa vez de ser coroado eis que algo acontece e corta, literalmente, os nossos sonhos pela raiz.
E às vezes quem puxa a espada para cortar os nossos objetivos é alguém que está andando com o Mestre, ou alguém tão próximo de nós.
Todos os evangelhos fazem uma referência a esse fato (leia Mateus 26:51-52, Marcos 14:47, João 18:10-11). Mas somente Lucas o médico, nos conta acerca da cura.“Mas Jesus acudiu, dizendo: Deixai, basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou.” (Lucas 22.51)
Jesus sabia dos sonhos de Malco, e que aquela cura não representava apenas um milagre físico, mas também espiritual.
Para não esquecer
Deus vê todas as coisas. Ele sabe dos nossos sonhos. E quando a nossa vida está nas mãos Dele, ainda que alguém tente frustrar os nossos objetivos, eis que Jesus nos acode e nos cura e reconstrói os nossos sonhos.
Ainda não é o fim. Jesus Cristo pode reconstruir aquilo que foi quebrado, curar o que está ferido e alicerçar o que está prestes a ruir.
Que assim como Malco nos lembremos que em meio a tantas coisas que estão acontecendo, quando estamos no limite de nossa dor, ou achando que chegamos ao fim da linha, eis que Jesus chega e diz: “Basta. Essa luta não é só sua. É minha também.” E nos traz a cura.
Que, a exemplo de Malco, possamos deixar Jesus reconstruir os nossos sonhos.

Fonte:http://fjblogger.com/aparecida/2011/04/11/jesus-reconstruiu-seus-sonhos/

quarta-feira, 4 de maio de 2011

UFRN confirma exclusão de mais cinco alunos por uso indevido de argumento de inclusão

A Comissão de Sindicância instaurada para apuração de irregularidades na inscrição de candidatos ao Vestibular 2011, com o uso indevido do Argumento de Inclusão (AI), concluiu seus trabalhos e o reitor Ivonildo Rêgo homologou os resultados. Os candidatos  Edriellison Jales de Oliveira (Medicina), Mayla Eduarda Nascimento Silva (Nutrição) e  Livia Caroline Gonçalves de Souza, Roberta Guimarães Rihan , Lázaro Januário da Silva (Odontologia), serão excluídos do concurso.

Segundo a Comissão, outra candidata investigada, que passou para o curso de Medicina, atende ao perfil para a bonificação do Argumento de Inclusão, devido à ausência de provas de que a mesma tenha estudado na rede particular, e recomendou a manutenção da sua matrícula.

A decisão da Comissão tem por fundamento a Resolução do CONSEPE (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) e o Edital do Vestibular, que regulamentam o concurso, em consonância com o princípio constitucional da isonomia. Essa recomendou à UFRN proceder  investigação minuciosa em todos os casos de alunos aprovados com o benefício do Argumento de Inclusão pelo Sistema de Educação de Jovens e Adultos (EJA), inclusive em concursos anteriores.

O despacho do reitor Ivonildo Rêgo, em que ele homologa as decisões da Comissão, foi encaminhada ao Departamento de Administração Escolar para validação do ingresso da candidata que não teve comprovada a passagem pela rede privada e a exclusão dos demais envolvidos.

No caso dos alunos Edriellison Jalles, do Curso de Medicina, e Roberta Guimarães, do Curso de Odontologia, desclassificados no Vestibular sem o benefício do Argumento de Inclusão, a orientação é que sejam preenchidas as vagas com os candidatos, imediatamente, classificados.

Com informações da Agecom.

domingo, 24 de abril de 2011

Índice que reajusta aluguéis diminui e fica em 0,55% na segunda prévia de abril

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que serve de referência para reajuste em contratos de aluguel, diminuiu na segunda prévia de abril e ficou em 0,55%. No mesmo período do mês anterior, a variação foi de 0,59%.

De acordo com dados divulgados hoje (19) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o resultado foi influenciado pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que diminuiu de 0,68% para 0,51% no período. O IPA representa 60% do IGP-M. A taxa dos bens finais subiu de 0,69% para 0,91%, tendo como maior contribuição a elevação nos preços dos alimentos processados (de 0,30% para 0,96%).

Já o índice dos bens intermediários passou de 0,66% para 0,51%, tendo como destaque os suprimentos (de 1,25% para 0,33%). O índice referente a matérias-primas brutas também sofreu redução, de 0,68% para 0,07%. Os itens que mais contribuíram para esse movimento foram: algodão em caroço (de 8,73% para -1,69%), café em grão (de 10,65% para 2,45%) e laranja (de 4,55% para -9,52%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-M, subiu de 0,45% para 0,65%. Cinco das sete classes de despesa componentes do índice registraram acréscimos em suas taxas de variação. O destaque ficou com o grupo alimentação (de 0,19% para 0,64%), cujas principais pressões partiram de carnes bovinas (de -2,34% para 0,21%), laticínios (de 0,02% para 1,48%) e hortaliças e legumes (de 2,27% para 2,71%).

Também houve aumento em transportes (de 0,96% para 1,71%), educação, leitura e recreação (de 0,05% para 0,29%), vestuário (de 0,76% para 0,97%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,56% para 0,72%). Em sentido oposto, as taxas diminuíram em habitação (de 0,53% para 0,31%) e despesas diversas (de 0,42% para 0,29%).

Último componente do IGP-M, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu de 0,37% para 0,50%. Houve aumento no custo da mão de obra (de 0,17% para 0,74%) e diminuição no índice relativo a materiais, equipamentos e serviços (de 0,56% para 0,27%).

Para calcular a segunda prévia do IGP-M deste mês, a FGV coletou preços entre 21 de março e 10 de abril.

* Fonte: Agência Brasil

Assembleia gaúcha aprova lei proibindo estrangeirismo na escrita

Os deputados do Rio Grande do Sul aprovaram uma lei para banir o bullying, o spam, o pizzaiolo e qualquer outro vocábulo estrangeiro sem estar acompanhado tradução nas propagandas e documentos oficiais do Estado.
Aprovada por 26 votos a 24, a lei foi proposta pelo deputado Raul Carrion (PC do B) e institui a obrigatoriedade da do uso de expressões em português no lugar das estrangeiras "em todo documento, material informativo, propaganda, publicidade ou meio de comunicação através da palavra escrita" no Estado.
Ainda caberá ao governador Tarso Genro (PT) sancionar ou vetar a lei.
O principal alvo da regulamentação são estrangeirismos que poderiam ser facilmente substituídos por palavras em português, como os anúncios que trazem o termo "sale" no lugar de "liquidação", mas a lei vai além.
Quando não houver uma expressão equivalente em português, diz o texto aprovado, uma tradução deverá acompanhar com o mesmo tamanho e destaque o intruso linguístico.
Fosse aplicado tal qual o texto aprovado, o princípio obrigaria uma propaganda de restaurante japonês, por exemplo, a explicar que sashimi são fatias de peixe cru.
A reportagem não conseguiu falar com o deputado. No texto de justificativa do projeto, ele acusa a existência de uma "acelerada descaracterização da língua portuguesa, tal a invasão indiscriminada e desnecessária".
Além de ser considerada inócua por linguistas, para quem idiomas são sistemas "vivos" em constante transformação, a iniciativa enfureceu o mercado publicitário gaúcho, potencialmente o maior prejudicado pela lei.
"É uma coisa insana querer engessar a língua. Mas, como não prevê punição, é mais uma lei que não vai pegar", diz Alfredo Fedrizzi, dono de uma agência de publicidade em Porto Alegre.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/906578-assembleia-gaucha-aprova-lei-proibindo-estrangeirismo-na-escrita.shtml

domingo, 10 de abril de 2011

Dilma em 100 dias: o desafio agora é maior

Oposição ainda junta cacos, mas já esboça eixo de ataque
A oposição ao governo Dilma Rousseff passou os primeiros dias da atual gestão divida entre as tarefas de juntar os cacos de mais uma derrota para o PT e de encontrar um discurso que faça frente à nova presidente. Somente na semana passada, o PSDB, principal partido de oposição, encaixou críticas ao governo Dilma. Aumento dos gastos públicos, desaceleração do PAC e descontrole da inflação vão formar o tripé do ataque oposicionista.




Esses foram os eixos do discurso que o senador e presidenciável tucano Aécio Neves (MG) proferiu no Senado quarta-feira passada. Esses pontos também foram reforçados pelo líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (SP). 'O governo está trabalhando com orçamentos paralelos: o que foi aprovado para este ano e o dos restos a pagar do governo anterior, que se transformaram em uma bola de neve e que reduzem a capacidade de investimento', afirmou Nogueira. 'Vemos, infelizmente, renascer, da farra da gastança descontrolada dos últimos anos, e em especial do ano eleitoral, a crônica e grave doença da inflação', afirmou Aécio.



Mas o desafio ainda é grande. Não bastassem os 56% de aprovação da presidente Dilma Rousseff, segundo pesquisa Ibope, os adversários dela ainda penam com a falta de rumo diante de uma personalidade discreta e econômica na retórica. 'O Lula facilitava a oposição parlamentar porque falava demais e abria espaço para o contraditório. Dilma, não', resume o presidente nacional do PSDB, o deputado Sérgio Guerra (PE).



O tucanato já notou que Dilma analisou o discurso do adversário da época da campanha, José Serra. 'Agora, ela ensaia um pedaço do discurso do Serra no governo', observa Guerra, ao destacar que Dilma fala em austeridade, controle de gastos, direitos humanos e gestão profissional na saúde, além de procurar mostrar que a política externa mudou. O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), observa que uma coisa é o discurso, e outra, a prática. Mas admite que no primeiro momento, o que prevalece mesmo foi o discurso. 'Fica a aparência, que não é ruim', concorda Guerra.



Divisão. Se por um lado o DEM implodiu com a perda de seu principal quadro no Executivo - o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que criou o novo PSD - o PSDB também enfrenta o velho racha entre Minas e São Paulo e a falta de foco que penaliza o conjunto da oposição. 'Os eleitores do PSDB têm simpatizado com as ações da presidente Dilma e isto tem preocupado o partido', disse a certa altura da reunião fechada dos governadores tucanos no dia 28 passado o anfitrião Antonio Anastasia (MG). 'Faço um parêntese à fala de Anastasia', atalhou o paulista Geraldo Alckmin. 'Nós não vamos atacar ou criticar a pessoa da presidente, mas temos realmente que fazer nosso papel de oposição, criticando o governo'. Alckmin frisou que o Brasil não é 'vocacionado' para ter um partido somente, e afirmou que o PSDB tem que se preparar para a alternância do poder.

Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/artigo.aspx?cp-documentid=28312970

sábado, 12 de março de 2011

Rabiscos ajudam executivos a achar soluções estratégicas

Grandes obras de Leonardo Da Vinci vieram de desenhos rudimentares, feitos de forma espontânea. O mesmo aconteceu com engenhocas de Thomas Edison ou projetos arquitetônicos de Frank Gehry. Tudo começou com meros rabiscos numa folha de papel.
E é justamente isto, o ato de rabiscar, que a escritora americana Sunni Brown está levando para dentro de empresas americanas, como Disney, Dell e Citibank, com objetivo de ajudá-las a criar mapas estratégicos ou resolver problemas corporativos.
"Passo muito tempo ensinando adultos a usar a linguagem visual e a rabiscar no ambiente de trabalho, mas, naturalmente, encontro muita resistência. É considerado um ato contraprodutivo", disse Brown num evento em Long Beach chamado TED, que reúne especialistas de diversas áreas para palestras curtas de 18 minutos.
"Não existe [em inglês] uma definição positiva para rabiscar. Mas isso é uma ferramenta maravilhosa que precisamos reaprender a usar", continuou Brown, que tem uma lista de cerca de cem empresas clientes.
ESPONTANEIDADE
"Fazer desenhos espontâneos ajuda a pensar e a se concentrar. É uma medida preventiva para não perder o foco", afirmou.

James Duncan Davidson/TED/Divulgação
Escritora americana Sunni Brown está levando para empresas, como Disney, Dell e Citibank, a 'técnica' do rabisco
Escritora americana Sunni Brown está levando para empresas, como Disney, Dell e Citibank, a 'técnica' do rabisco
Brown é coautora do livro "Gamestorming", que usa jogos para revolver problemas no ambiente de trabalho. Ela está agora pesquisando para "The Doodle Revolution" (a revolução do rabisco), que será lançado em 2012.
Como parte da apresentação no TED, aplaudida de pé, Brown mostrou slides dos rabiscos de Frank Gehry para o museu Guggenheim Abu Dhabi e também outros de Bill Gates.
No livro, que já tem um site (www.doodlerevolution. com), haverá outros exemplos, como desenhos e anotações de Albert Einstein, Edison e Da Vinci, para ajudar a inverter a má reputação da atividade.
"Muitas pessoas rabiscam para relaxar, para entrar num estado meditativo, num espaço da mente que não está obcecado com lógica e análise. É instintivo", disse Brown à Folha.
"Porém, para rabiscar estrategicamente, para negócios ou numa instituição de ensino, é preciso treino."
ESTRATÉGIA
Brown, que se dedica ao estudo do tema há um ano, já passou várias vezes rabiscando oito horas por dia com executivos em empresas.
Um exemplo do que ela chama de "rabisco estratégico" pode ocorrer com um grupo em busca de um plano de crescimento da empresa para os próximos cinco anos.
"Enquanto eles conversam e vão desenhando, o papel ganha um significado, vira um mapa que mostra para onde eles estão indo, para onde querem ir", explicou Brown. "Rabiscar é extremamente aplicável no mundo dos negócios. Temos que levar a sério."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/887763-rabiscos-ajudam-executivos-a-achar-solucoes-estrategicas.shtml

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Medidas prudenciais são mais efetivas contra inflação--Mantega

SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo deste domingo que medidas prudenciais e o aumento do compulsório são mais eficazes para conter a inflação do que o aumento dos juros.
'Eu sou contra manter juros artificialmente altos. Eu sou a favor de que subam os juros quando há problema de inflação. Não que esses juros aí tenham ajudado a diminuir. Acho que as medidas prudenciais e o aumento do compulsório, que são na veia, são mais efetivos', afirmou Mantega ao jornal.
'Os juros são muito altos no Brasil? É verdade. Só que já foram mais altos', acrescentou.
Esta semana o Copom vai se reunir, e a maioria dos analistas esperam nova alta de 0,5 ponto, para 11,75 por cento.
A inflação está acima da meta do Banco Central. Pelo IPCA, a alta foi de 5,9 por cento em 2010 e o centro da meta é 4,5 por cento. Em dezembro, o BC tomou algumas medidas macroprudenciais que já tiveram efeito para a desaceleração do crédito em janeiro, segundo dados divulgados na semana passada.
Mantega voltou a dizer que a taxa usada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empréstimos a Taxa de Juros de Longo Prazo (TLJP) deve subir.
O ministro disse ainda que o governo da presidente Dilma Rousseff é uma 'continuidade' dos oito anos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém 'mais parecido' com o segundo mandato de Lula.
'O governo Dilma não é parecido nem com Lula 1 nem com Lula 2. É parecido com Lula 3', disse. 'O Dilma 1 é parecido com Lula 2 porque não está sendo puxado o freio de mão. Nós estamos trabalhando para um crescimento de 4,5 por centro, 5 por cento neste ano, o que será historicamente ímpar.'

Fonte: http://dinheiro.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=27830812

Quais os riscos de ter o próprio negócio?

Tornar-se um empreendedor pode significar independência para muitos profissionais, que procuram renunciar às ordens de um chefe e querem planejar e administrar negócios por conta própria. Porém, ao decidir empreender, a pessoa deve levar em conta alguns riscos que podem surgir pelo caminho e serem determinantes para o sucesso.
O presidente da Fran Systems, consultoria em desenvolvimento de negócios e de franquias, Batista Gigliotti, alerta para os sobressaltos na vida daqueles que abraçaram a profissão de empresário.
"Eles [riscos] existem em todos os negócios. Na verdade, aceitá-los é considerada uma das principais características do empreendedor de sucesso. Só o fato de se tornar empreendedor já pode ser considerado um risco. Porém, saber calcular onde e quando arriscar, além de ficar atento às dicas que o mercado nos proporciona, pode suavizar as dificuldades", afirma o executivo.
"Os riscos principais dos empreendedores são não ter muito claro se o negócio faz sentido em sua vida, não definir com muita clareza quais são os objetivos sociais do negócio e, por fim, as questões de planejamento", completa.
Gigliotti aponta que administrar uma empresa, determinar as estratégias que serão adotadas para alavancar o negócio e manter a companhia são apenas alguns desafios para o ínicio da gestão. Para o executivo, os empreendedores devem centrar-se nos tópicos a seguir.

Fonte: http://dinheiro.br.msn.com/fotos/galeria-de-fotos.aspx?cp-documentid=27795546

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cronologia da evolução das teorias administrativas:

"O homem é o único animal que administra, como conseqüência é o único que desenvolveu uma aptidão natural para complicar as coisas”. Max Gehringer

A administração é a ordenação do caos que se instala quando um grupo de pessoas coopera no afã de conciliar metas estabelecidas por terceiros com seus objetivos, interesses, desejos e ambições pessoais.

Enquanto ciência, a administração estuda as necessidades sócio-técnicas da organização, seu conjunto de diretrizes, cultura, processos, recursos e capital, possibilitando a realização de seu negócio de forma estruturada, integrada e consolidada.
Na concepção sistêmica, a administração é entendida como um mecanismo estruturador e articulador de processos e recursos empresariais para a consecução dos resultados almejados: geração de bens, lucro e promoção do bem-estar social.

Cronologia da evolução das teorias administrativas:

Embora a industrialização tenha iniciado na década de 80 (séc. XIX) com os adventos das invenções mecânicas, hidráulicas e elétricas (Revolução Industrial) o estudo sistemático só ocorreu no início do séc. XX:
1911 – Princípios da Administração Científica com os estudos de Frederick W. Taylor nos EEUU sobre o sistema técnico com ênfase na especialização da tarefa e controle da produção.
1916 – Gerência Administrativa do livro - Administração Industrial e Geral de Henry Fayol na França, com abordagem na departamentalização, competências administrativas e desempenho organizacional, sendo considerado o Pai da Administração Clássica que defendia que a administração deveria ser uma disciplina a ser estudada fora das escolas de engenharia.
1927 – Relações Humanas a partir dos trabalhos de R.F.Hoxié (USA, 1916), Robert Owen (Escócia, 1825) e Elton de Mayo (USA, 1924 - experiência de Hawthorne – WE Co.) onde o funcionário passa a ser visto como recurso humano e não como uma peça do sistema técnico.
1940 – Escola burocrática de Max Weber com ênfase na organização formal e burocracia racional.
1943 - Teoria da motivação e escalas de necessidades de Abraham Maslow. É considerado o pai da Psicologia Transpessoal.
1945 – Behavorismo (comportamento) de Herbert Simon, Teoria da decisão que concebe a organização como um sistema de decisões.
1954 – Teoria Geral de Sistemas de Ludwig Von Bertalanfy na Áustria, abordagem sistêmica - organização como sistema aberto, visão holística. Peter Drucker com sua obra “The Pratice of Manegement” inicia uma nova era no pensamento administrativo e gerencial que considera a administração como disciplina dada sua importância no estudo da organização. Foi considerado o Pai da administração moderna.
1960 – Teorias X e Y de Douglas McGregor, “The Human Side of Enterprise”, USA1981 – Teoria Z de William Ouchi, USA, estabelece o conceito de administração participativa. Muitas são as abordagens na evolução do pensamento dos estudiosos da administração: a Clássica, a Burocrática, a Humanística, a Comportamental, a Sistêmica, a Organizacional, a Contingencial até se chegar na abordagem Estratégica; abordagens que podemos classificar em duas fases: 1. pensamento mecanicista e reducionista (primeira metade do séc XX), 2. pensamento sistêmico, orgânico e holístico.

A partir dos anos 80 as Escolas do Pensamento Estratégico, já com vinte anos de existência, sugeriram a criação da disciplina de Administração Estratégica nas grandes universidades americanas, resultado das demandas do aumento de competitividade por um novo foco na gestão.
A gestão é a aplicação da teoria administrativa por suas várias metodologias, a saber: gestão por funcionalidades, por objetivos, por resultados, por qualidade total, por processos, por competências, orientada à clientes, estratégica ...A estratégia corporativa apresentou grande desenvolvimento, principalmente a partir da década de 1980 quando o fenômeno da reestruturação empresarial – “conjunto amplo de decisões e de ações, com dimensão organizacional, financeira e de portfólio” (WRIGHT, KROLL e PARNELL,2000) tornou-se imperativo.
A administração estratégica é a disciplina que estrutura, integra e consolida o conjunto de premissas, ativos tangíveis e intangíveis, mercados e ambiente, possibilitando à organização obter vantagem competitiva na realização de seu negócio.
Face à implementação da tecnologia no contexto organizacional, a administração ganha novas perspectivas:

• Grande encadeamento: robotização, produção seriada, ganho em escala..., com função “otimizadora”.
• Mediadora: oferta de produtos e serviços na rede de relacionamentos (bancos, serviços públicos, comércio eletrônico...), exercendo função indutora.
• Intensiva: exerce função capacitora (hospitais, empresas de projetos, ensino à distância...).
Contexto da Administração Tradicional X Administração Estratégica
Tradicional - orientada à resultados Estratégica - orientada à metas
Tradicional - foco no presente e no passado Estratégica - foco no futuro
Tradicional - segue o orçamento Estratégica - segue o planejamento estratégico
Tradicional - gestão de recursos e processos Estratégica - gestão de oportunidades e competências
Tradicional - postura de sobrevivência ou manutenção Estratégica - postura de crescimento ou diversificação
Tradicional - filosofia da satisfação Estratégica - filosofia de adaptação ou otimização
Tradicional - atitude conservadora ou reativa Estratégica - atitude pró-ativa
Tradicional - objetiva cumprir o orçamento Estratégica - objetiva melhor posicionamento e/ou crescimento sustentado
Tradicional - atua na dimensão funcional (MKT, vendas, produção, RH, finanças, controladoria, P&D...) Estratégica - atua na dimensão conjuntural (governanças, clientelas, parceiros, sconcorrência, ambiente...)
 
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EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO

A história da Administração iniciouse
num tempo muito remoto,
mais precisamente no ano 5.000
a.C., na Suméria, quando os antigos
sumerianos procuravam melhorar a
maneira de resolver seus problemas
práticos, exercitando assim a arte de
administrar.
Depois no Egito, Ptolomeu dimensionou
um sistema econômico planejado que não
poderia ter-se operacionalizado sem uma
administração pública sistemática e
organizada.
Em seguida, na China de 500 a.C, a
necessidade de adotar um sistema
organizado de governo para o império, a
Constituição de Chow2, com seus
regulamentos e as Regras de
Administração Pública de Confúcio
exemplificam a tentativa chinesa de
definir regras e princípios de
administração.
Apontam-se, ainda, outras raízes
históricas. As instituições otomanas, pela
forma como eram administrados seus
grandes feudos. Os prelados católicos, já
na Idade Média, destacando-se como
administradores natos. A Alemanha e a
Áustria, de 1550 a 1700, através do
aparecimento de um grupo de
professores e administradores públicos
chamados os fiscalistas ou cameralistas.
Os mercantilistas ou fisiocratas franceses,
1 Extraído do site
http://www.cfa.org.br/download/RD1605.pdf
em 08/07/2010
2 A constituição de Chow, promulgada em 1100
AC, descrevia os cargos e atribuía tarefas a
todos os servidores reais, do 1º ministro aos
criados domésticos, além de criar o concurso
publico.
que valorizavam a riqueza física e o
Estado, pois ao lado das reformas fiscais
preconizavam uma administração
sistemática, especialmente no setor
público.
Na evolução histórica da administração,
duas instituições se destacaram: a Igreja
Católica Romana e as Organizações
Militares.
A Igreja Católica Romana pode ser
considerada a organização formal mais
eficiente da civilização ocidental. Através
dos séculos vem mostrando e provando a
força de atração de seus objetivos, a
eficácia de suas técnicas organizacionais e
administrativas, espalhando-se por todo
mundo e exercendo influência, inclusive
sobre os comportamentos das pessoas,
seus fiéis.
Figura 1 - Hierarquia da igreja Católica
As Organizações Militares evoluíram das
displicentes ordens dos cavaleiros
medievais e dos exércitos mercenários
dos séculos XVII e XVIII até os tempos
modernos com uma hierarquia de poder
rígida e adoção de princípios e práticas
administrativas comuns a todas as
empresas da atualidade.
A
13
O fenômeno que provocou o
aparecimento da empresa e da moderna
administração ocorreu no final do século
XVIII e se estendeu ao longo do século
XIX, chegando ao limiar do século XX.
Esse fenômeno, que trouxe rápidas e
profundas mudanças econômicas, sociais
e políticas, chamou-se Revolução
Industrial. A Revolução Industrial teve
início na Inglaterra, com a invenção da
máquina a vapor, por James Watt, em
1776. A aplicação da máquina a vapor no
processo de produção provocou um
enorme surto de industrialização, que se
estendeu rapidamente a toda a Europa e
Estados Unidos.
A Revolução Industrial desenvolveu-se
em duas fases distintas: a primeira fase de
1780 a 1860. É a revolução do carvão,
como principal fonte de energia, e do
ferro, como principal matéria-prima.
Figura 2 - Máquina a vapor
A segunda fase de 1860 a 1914. É a
revolução da eletricidade e derivados do
petróleo, como as novas fontes de
energia, e do aço, como a nova matériaprima.
Ao final desse período, o mundo já
não era mais o mesmo.
E a moderna administração surgiu em
resposta a duas conseqüências
provocadas pela Revolução Industrial, a
saber:
a) crescimento acelerado e
desorganizado das empresas que
passaram a exigir uma administração
científica capaz de substituir o empirismo
e a improvisação;
b) necessidade de maior eficiência e
produtividade das empresas, para fazer
face à intensa concorrência e competição
no mercado.
Difícil é precisar até que ponto os homens
da Antiguidade, da Idade Média e até
mesmo do início da Idade Moderna
tinham consciência de que estavam
praticando a arte de administrar.
Já no século XX, surge Frederick W.
Taylor, engenheiro americano,
apresentando os princípios da
Administração Científica e o estudo da
Administração como Ciência. Conhecido
como o precursor da TEORIA DA
ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA, Taylor
preconizava a prática da divisão do
trabalho, enfatizando tempos e métodos
a fim de assegurar seus objetivos "de
máxima produção a mínimo custo",
seguindo os princípios da seleção
científica do trabalhador, do tempo
padrão, do trabalho em conjunto, da
supervisão e da ênfase na eficiência.
Nas considerações da Administração
Científica de Taylor, a organização é
comparada com uma máquina, que segue
um projeto pré-definido; o salário é
importante, mas não é fundamental para
a satisfação dos funcionários; a
organização é vista de forma fechada,
desvinculada de seu mercado; a
qualificação do funcionário passa a ser
14
supérflua em conseqüência da divisão de
tarefas que são executadas de maneira
repetitiva e monótona e finalmente, a
administração científica, faz uso da
exploração dos funcionários em prol dos
interesses particulares das empresas.
Em 1911, Taylor publicou o livro
considerado como a "bíblia" dos
organizadores do trabalho: PRINCÍPIOS
DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA, que
tornou-se um best-seller no mundo
inteiro. Reconhece-se hoje que as
propostas pioneiras de Taylor
deflagraram uma "febre" de
racionalização, que prepararam o terreno
para o advento do TQC (Total Quality
Control), ocorrido ao longo do pósguerra.
As propostas básicas de Taylor:
planejamento, padronização,
especialização, controle e remuneração
trouxeram decorrências sociais e culturais
da sua aplicação, pois representaram a
total alienação das equipes de trabalho e
da solidariedade grupal, fortes e vivazes
no tempo da produção artesanal.
Apesar das decorrências negativas para a
massa trabalhadora, que as propostas de
Taylor acarretaram, não se pode deixar
de admitir que elas representaram um
enorme avanço para o processo de
produção em massa.
Paralelamente aos estudos de Taylor,
Henri Fayol que era francês, defendia
princípios semelhantes na Europa,
baseado em sua experiência na alta
administração. Enquanto os métodos de
Taylor eram estudados por executivos
europeus, os seguidores da
Administração Científica só deixaram de
ignorar a obra de Fayol quando a mesma
foi publicada nos Estados Unidos. O
atraso na difusão generalizada das idéias
de Fayol fez com que grandes
contribuintes do pensamento
administrativo desconhecessem seus
princípios. Fayol relacionou 14 (quatorze)
princípios básicos que podem ser
estudados de forma complementar aos
de Taylor. As 05 (cinco) funções precípuas
da gerência administrativa como:
planejar, comandar, organizar, controlar e
coordenar, o já conhecido e
exaustivamente estudado nas escolas de
administração -PCOCC - são os
fundamentos da Teoria Clássica
defendida por Fayol.
Esta Teoria considera: a obsessão pelo
comando, a empresa como sistema
fechado e a manipulação dos
trabalhadores, que semelhante à
Administração Científica, desenvolvia
princípios que buscavam explorar os
trabalhadores.
Traçando-se um paralelo entre a
Administração Científica e a
Administração Clássica, conclui-se que
enquanto Taylor estudava a empresa
privilegiando as tarefas de produção,
Fayol a estudava privilegiando as tarefas
da organização. A ênfase dada pelo
primeiro era sobre a adoção de métodos
racionais e padronizados e máxima
divisão de tarefas enquanto o segundo
enfatizava a estrutura formal de empresa
e a adoção de princípios administrativos
pelos altos escalões.
Na história da evolução da Administração
não se pode esquecer a valiosa
contribuição de Elton George Mayo, o
criador da TEORIA DAS RELAÇÕES
HUMANAS, desenvolvida a partir de 1940,
nos Estados Unidos e mais recentemente,
com novas idéias, com o nome de Teoria
do Comportamento Organizacional.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Inspeção veicular está suspensa

A governadora Rosalba Ciarlini assinou a suspensão do contrato firmado entre o Detran e a empresa Inspar.  Por 45 dias, todas as atividades do  consórcio no tocante às inspeções veiculares, programadas para começarem na próxima segunda-feira (10), estão proibidas.

adriano abreuConsórcio Inspar havia marcado para segunda-feira (10) o início das inspeções. Empresa terá 45 dias para explicar contrato públicoConsórcio Inspar havia marcado para segunda-feira (10) o início das inspeções. Empresa terá 45 dias para explicar contrato público
Junto com o anúncio do suspensão, no final da tarde de ontem, a governadora disse ter solicitado, com base nas  recomendações da Procuradoria Geral do Estado e Ministério Público, que o Detran e Idema reavaliem o contrato entre o Estado e o consórcio. Todo o processo será fiscalizado pelo procurador geral do Estado, Miguel Josino.

 A decisão da governadora está  publicada no Diário Oficial de hoje e foi tomada após uma série de reportagens da TRIBUNA DO NORTE que chamaram a atenção sobre os valores envolvidos no negócio das inspeções veiculares e para a forma como o Plano de Controle de Poluição Veicular (PCPV) foi estruturado no governo anterior; os questionamentos sobre a licitação que deu o contrato ao consórcio Inspar; as dúvidas quanto ao estudo ambiental que baseou a adoção do programa de controle e a forma como o assunto foi conduzido em outros estados..

  Durante todo o dia de ontem Miguel Josino se reuniu com técnicos que trabalharam na produção do contrato e com o procurador geral do Detran/RN, Marcus Vinícius. À tarde, ele se encontrou com o procurador geral da Justiça, Manoel Onofre Neto. Juntos, eles discutiram a necessidade da suspensão do contrato para uma análise mais detalhada dos custos e de possíveis irregularidades no processo licitatório.

  “Nós concluímos que era preciso recomendar à governadora a suspensão do contrato”, afirmou Miguel. A reavaliação do contrato se dará, especialmente, no tocante à frota alvo, regiões que serão atendidas prioritariamente, cronograma de implantação e peculiaridades de cada município quanto à poluição do ar.

 Questionado sobre a decisão de suspender o processo e adiar o início dos testes nos veículos, o procurador geral de Justiça Manoel Onofre Neto afirmou que o Plano de Controle de Poluição Veicular não foi realizado com base em elementos técnicos. “Não foram respeitadas as especifidades regionais e outras orientações que o próprio Conama estabelece”. O Ministério Público encaminhou um documento, elaborado em conjunto com a Promotoria do Patrimônio Público e do Meio Ambiente, recomendando  à governadora a suspensão do contrato.

 “Nós somos a favor da inspeção, desde que ela siga as especificidades técnicas consoante estabelece a legislação”, ressaltou Onofre Neto. Ele defendeu a abertura de um diálogo com a sociedade sobre como o procedimento será estabelecido. Além disso, ele comentou que a necessidade de se exigir a fixação de um chip nos veículos é inadequada.

 Diante da complexidade da situação, a governadora decidiu pela suspensão do contrato e determinou que os órgãos envolvidos na defesa do meio ambiente e dos direitos do cidadão potiguar, se aprofundem na discussão do PCPV.

 Em comunicado enviado a imprensa, Rosalba afirma que  o objetivo do Governo permanece sendo a defesa do meio ambiente e, nessa questão, obedece à Resolução Nº 418 do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Mas o ato preserva o interesse do consumidor que não pode ser constrangido a uma despesa sem comprovação de sua necessidade. Por isso, a avaliação privilegiará tanto a defesa do meio ambiente como dos consumidores.

 Através de sua assessoria de comunicação, a empresa Inspar disse que está a total dispor do governo para esclarecer qualquer dúvida. Reiterou, ainda, que está completamente pronta para discutir com a sociedade eventuais ajustes em todo o processo e, em seguida, iniciar as inspeções nos veículos.

Fonte: Tribuna do Norte.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Frases inusitadas são marca de Lula na Presidência

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acostumado a mobilizar multidões por meio de seus discursos desde os tempos de líder sindical, disparou frases memoráveis, e por vezes inesperadas tratando-se de um chefe de Estado, durante seu período na Presidência.
PONTO G
Inauguração da Barragem João Leite (março/2010)
'Eu não quero enganar ninguém, mas não quero ser enganado. É essa relação que o Brasil estabeleceu com o mundo. E é por isso que o Brasil é respeitado. É por isso que o Brasil é importante no G20, é importante no G8, é importante no G13, é importante no G4, é importante no G3. Cria um G que o Brasil está lá dentro. Por isso, não tem país mais preparado para encontrar o ponto G do que o Brasil.'
PALAVRÃO
Em cerimônia no Maranhão (dezembro/2009)
'Eu não quero saber se João Castelo, é do PSDB, eu não quero saber se o outro é do PFL, não quero saber se é do PT, eu quero saber se o povo está na merda e quero tirar o povo da merda que ele ficou. Esse é o dado concreto. Lógico que falei um palavrão aqui e amanhã os comentaristas dos grandes jornais vão dizer que o Lula falou um palavrão. Mas eu tenho consciência de que eles falam mais palavrão que eu todo dia. E eu tenho consciência de como vive o povo pobre desse país. E, por isso, queremos mudar a história desse país.'
PERERECAS
Discurso durante assinatura da ordem de início da duplicação da BR-386, Tabaí-Estrela, e lançamento do edital da duplicação da BR-116 Porto Alegre-Pelotas (julho/2010)
'Eu falei: Hideraldo (presidente do DNIT), eu quero essa obra, bicho! Trabalhe! Bem, eu sei que o túnel está pronto, falta só iluminar o desgramado. Mas parou seis meses - vocês sabem da história - por causa de uma perereca! Seis meses! Seis meses, que acharam uma perereca que achavam que estava em extinção, para-se a obra e coloca-se o Brasil todo a serviço de uma perereca. Nós sabemos da importância das pererecas, mas não pode parar uma obra tão importante como essa do metrô. Agora eu estou sabendo que o anel viário do Rio de Janeiro também está com o mesmo problema da perereca, e é daquelas pequenininhas.'
MULHERES
Discurso em Porto Alegre (julho/2010)
'Eu já sou defensor das mulheres ocuparem espaço na política há muito tempo. Acabou o tempo em que a mulher era tratada como objeto de cama e mesa; acabou o tempo em que a mulher, no mercado de trabalho, era tratada como uma força secundária; acabou o tempo em que a mulher era força auxiliar. A mulher não quer mais viver com um homem por causa de um prato de comida, a mulher quer viver com um homem se ela quiser.'
ÁFRICA
Durante visita à Namibia (novembro/2003)
'Aqui é tudo tão limpinho que nem parece a África.'
CRISE ECONÔMICA
Discurso em Mossoró (julho/2008)
'A imprensa, de vez em quando, fica doida: 'Mas, presidente Lula, e a crise americana?' Perguntem para o Bush. A crise é dele, não é minha.''
Entrevista no ABC paulista (outubro/2008)
'Eu estou muito confiante de que a crise Americana, se ela chegar aqui. Ela lá é um tsunami, aqui ela vai chegar uma marolinha, que não dá nem pra esquiar.'
Declaração em Brasília (março/2009)
'É uma crise causada, fomentada, por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis, que antes da crise parecia que sabia tudo e que agora demonstra não saber nada.'
Cerimônia (dezembro/2008)
'Quando o Mercado teve uma dor de barriga, e não foi uma dor de barriga, foi uma daquelas diarreias insuportáveis, ou seja, quando o mercado teve essa diarreia, quem eles chamaram pra salvá-los? O Estado que eles negaram durante 20 anos.'
MÃE DO PAC
Em discurso no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro (março/2008)
'A Dilma é uma espécie de mãe do PAC, é ela que cuida, é ela que acompanha.'
PRÉ-SAL
Discurso após coleta do primeiro óleo do pré-sal (setembro/2009)
'Eu digo, em todos os lugares aonde vou, que estamos indo tão fundo para procurar petróleo que, qualquer dia, a Petrobras traz um japonesinho na sua broca, e aí vai dar um problema internacional sem precedentes.'
Discurso na Bovespa, na capitalização da Petrobras (setembro/2010)
'Há dez anos eu passava aqui na porta da Bolsa e as pessoas tremiam de medo. 'Onde é que vai esse comedor de capitalismo?'. E exatamente esse comedor de capitalismo deixa a Presidência da República depois de oito anos como o presidente que participou, de forma honrosa, do momento mais auspicioso do capitalismo mundial.
Nunca antes na história da humanidade nós tivemos um processo de capitalização da envergadura da que a nossa Petrobras está fazendo aqui.'
(Por Leonardo Goy e Jeferson Ribeiro)

Diminui pobreza na América Latina e no Caribe, diz BID

Diminui pobreza na América Latina e no Caribe, diz BID

Publicação: 01 de Janeiro de 2011 às 00:00
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Brasília (ABr) - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) informou na quinta-feira que, em 2010, a pobreza na América Latina e no Caribe caiu em comparação a 2009 e 2002. Em 2010, o percentual de pessoas que viviam abaixo da linha da pobreza foi de 31,9%; em 2009, os dados mostraram 33,1% e, em 2002, o índice foi de 44%. Porém, de acordo com a entidade, ainda há 180 milhões de latino-americanos e caribenhos em situação de extrema pobreza.

De acordo com o BID, a maior parte dos países da região conseguiu recuperar-se depois da crise financeira mundial registrada ao longo de 2010. No final deste ano, o BID aprovou um número recorde de 170 projetos num total de US$ 12,9 milhões.

rodrigo senaApesar das conquistas, segundo estudo, a América Latina e o Caribe ainda enfrentam muitos desafiosApesar das conquistas, segundo estudo, a América Latina e o Caribe ainda enfrentam muitos desafios
No relatório de fim de ano, o presidente do banco, Luis Moreno, ressaltou os esforços feitos pelas instituições latino-americanas fiscais e políticas. “A economia política da região mostra que houve um sinal diferente dos governos democráticos [da região da América Latina e do Caribe] que adotaram medidas muito pragmáticas e políticas macroeconômicas eficazes”, disse Moreno.

No entanto, apesar dessas conquistas, segundo Moreno, a América Latina e o Caribe ainda enfrentam muitos desafios. Para o presidente do BID, as prioridades envolvem o desenvolvimento nas áreas de justiça social, de educação, de produtividade, de integração, de segurança alimentar e de adaptação às mudanças climáticas.

“Apesar da devastação causada pelos terremotos no Chile e no Haiti e outras catástrofes naturais na Guatemala, na Colômbia, no Equador, na Venezuela e no Brasil, a região com relativo sucesso evitou os efeitos da crise”, diz o comunicado do BID.

De acordo com o banco, a previsão de crescimento para a América Latina e o Caribe é maior que a das economias desenvolvidas. Segundo o comunicado, as instituições financeiras, políticas monetárias e fiscais da região são “muito mais fortes” do que há duas décadas.

Moreno destacou que os recursos naturais na América Latina e no Caribe são “abundantes” e os governos da região têm adotado uma política sociais adequadas e feito “progressos significativos” por meio de “ferramentas eficientes”.

Com informações da Agência Telam.
Fonte: Tribuna do Norte.